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Quebrando Barreiras ou Colocando Mais Um Tijolo no Muro?

Abril 9, 2012

Lembro como se fosse hoje da minha expressão estática, boquiaberta e de terror durante a primeira vez que assisti ao clipe “The Wall” do Pink Floyd. Apesar de já conhecer a melodia, foi só por volta de uns 12 anos de idade que a MTV chegou em casa, e com ela, esse clipe polêmico e cheio de críticas ao Ensino Tradicionalista Europeu dos anos 70.

Realmente, não é agradável assistir como os professores tratavam os alunos no passado: ridicularizando, agredindo, reprimindo qualquer tipo de criatividade, desenvolvimento ou pensamento crítico e participativo. Pensando por esse lado, a metáfora de bonecos totalmente manipuláveis e sem raciocínio, marchando como o gado para o abatedouro pode ser compreendida.

Enquanto líder, assisto esse vídeo e meu terror aumenta ainda mais:

  • Será que não temos repetido esse modelo tão ultrapassado de ensino para nossas equipes no ambiente de trabalho?
  • Será que não estamos reprimindo potenciais incríveis ao deixar de ouvir ou considerar ideias só porque elas vieram de alguém inexperiente ou menor na hierarquia da organização (ou simplesmente porque nos sentimos ameaçados por elas)?
  • Será que temos agido como os donos da verdade, cheios de autoritarismo, partindo para agressão moral ou utilizando de ameaças para conseguirmos exercer nosso papel de líder, tentando impor uma autoridade que deveria ser inerente à nossa responsabilidade?
  • Será que temos cobrado o cumprimento de regras que não cumprimos ou exigido um comportamento que não mostramos?
  • Será que estamos conseguindo quebrar barreiras ou estamos contribuindo para colocar mais um tijolo no muro?

Em uma matéria para a Revista Você SA (edição Abril/Setembro 2010), o autor Luiz Carlos Cabrera relata resultados de um estudo com base na análise de dados estratificados de trabalhos desenvolvidos na China, Japão, Alemanha e Escandinávia sobre a relação entre a capacidade de inovar de uma empresa e sua competência para gerir talentos, mostrando que ao mesmo tempo em que as empresas conseguem atrair e selecionar os melhores talentos, aproveitam apenas 50% do potencial dos mesmos.

Segundo o autor, “o dilema é: as empresas recrutam e selecionam os melhores profissionais, mais depois os transformam em profissionais medianos. Imagine o quanto isso custa em termos de investimento em treinamento e o quanto é desmotivador!”

Também nos fazendo repensar e reavaliar nosso próprio desempenho, o Professor Fabrízio Rosso, autor dos livros “Gestão e Indigestão de Pessoas” e “Liderança em 5 Atos” durante sua brilhante palestra no Congresso Latino Americano de Hotelaria Hospitalar, citou empresas que utilizam RESPEITO e HUMANIDADE como critérios de seleção e avaliam os profissionais com relação à esses critérios por meio de indicadores observáveis de comportamento.

A palestra, ministrada em conjunto com a Enfermeira e Professora Maria Júlia Paes da Silva (também autora do livro Liderança em 5 Atos) foi finalizada com um vídeo exemplificando que o papel do verdadeiro líder é Unir as Diferenças.

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